sábado, 9 de janeiro de 2010

Eu, você e os meus balões.

Já estava tudo mais ou menos pronto.
Você com os seus assuntos multicoloridos e eu com o meu tédio em forma de mistério.

Se isso te fascinava ou não, eu já estava cansada de chamar a sua atenção.

Até ali, eu era só mais uma.

Mais uma que você ficou hipinotizado ao tomar mais cervejas do que consegue pagar, mais uma que comprou jujubas e passou na sua frente na hora de pagar o caixa. Mais uma que se jogou nos seus braços com tanta dificuldade para tirar 10 centavos dos sapatos.
Mais uma.
É claro que isso acontece com você todos os dias.
Conhecidência? Destino? Lugar certo na hora certa? Eu chamo de um delicioso acaso progamado.
Seja como for, eu estava sempre ali. O tempo todo.
Comprando jujubas, tirando 10 centavos dos sapatos.
Os cabelos bagunçados, os óculos sujos, o caderno na mão. O tempo todo.
As vezes de cara amarrada, as vezes cansada, um pouco suada, que seja mal humorada.
Os tênis sujos, a meia encardida, a virilha por depilar, os dentes por escovar, as unhas por fazer ou um pouca cansada pra entender.
Se foi a pomba-gira que baixou ou o calton qe acabou... Vai saber o que rolou. Eu só sei que depois de uma noite inteira, você realmente me notou.
Se era pra ter sido só um beijo, só uma noite, três meses, uma eternidade... Quem se arrisca a dar palpite sem julgar a nossa criatividade? Se deixem levar pelo ar delicioso desse abraço apertado.
Quer saber? Deixa de lado.
A gente resolve depois se tiver algo errado.

O repertório não tinha sido repassado, e se tinha um repertório progamado, eu esqueci de representar o que quer que tenha sido combinado.
Vai ver foi por causa de um certo vinho barato
Me embriagaram pouco antes do ato e eu nem estava mesmo interessada nesse maldito teatro!

E depois daquelas jujubas comidas, esbarradas engraçadas, cigarro picado aceso, nos entregamos a um curioso e estranho desejo.
Se foi rápido de mais, já no dia seguinte conheci os seus pais, eu prefiro não pensar nisso mais.
Eu entendo bem do nosso tempo contado, cronometrado, das inumeras vezes que dormimos abraçado, de quantos beijos significaram: "Obrigado por estar ao meu lado."
Talvez nem tenha notado, ou eu tenha dormido em cima do seu ombro machucado... Vai saber o que te deixou mais irritado.
Mas é do charme que eu mais gosto. Do cheiro de cebola nos dedos, sujos de terra ou todo machucado.

Ah... Foi um doce te amar...
Doce, salgado, amargo, apimentado. A lá farofa com bife requentado.
Já estava tudo mais ou menos pronto mesmo.
Se isso te fascina ou não, eu já cansei de chamar a sua atenção.

2 comentários:

  1. Lembra do Pequeno Príncipe?

    "Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos".

    E Mulher Invisível, já viu???
    Eu já vi esse filme.

    ;)

    Vi seu blog no blog da Simone http://sissagyn.blogspot.com/
    Parabéns.

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  2. Pequeno Principe é bom de mais!
    Livro de cabeceira!

    valeu ae o elogio! ;D
    adooorei o seu blog tambem.!

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