sábado, 19 de junho de 2010

Naquele frio, pensava eu que o mundo podia parar. Só por um instante. Só enquanto eu arrumo as gavetas desarrumadas. No exterior dos meus olhos tudo estava caótico. O transito. As pessoas. O humor. O barulho.
Eu precisava de silencio. Só o silencio me levaria até você. Tem dias que o cansaço toma espaço e congela o coração.
Um pouco de tempo pra regularizar a respiração, já traria o sentido que estava faltando.
Mas nada mudava. Tudo continuava passando no mesmo ritmo. Nada entrava ou saia do lugar.
O sentimento de estagnação, de tontura, era cada vez maior. Parecia que nada voltaria a ser como antes. Precisava de um abraço seu... mas você continuava calado, como se em sua cabeça, realmente, tudo estivesse parado. Nada se movimentava.
Resolvi não pensar mais em nada. Fechei os olhos por um instante, não me importando com as lagrimas que dele caiam. Comecei a sentir. Sentir os pelos do meu braço arrepiarem, a escutar a musica longe e baixinha, deixando que ela me aquecesse.
Ainda precisava da sua respiração onde eu pudesse tocá-la.
Acendi um cigarro meio que automaticamente. Continuava calada. Você é a única pessoa que ainda me deixa sem saber o que dizer.
Queria te envolver em meus pensamentos, te fazer entender as coisas como eu entendo, escutar as coisas como eu escuto, sentir o ar como eu sinto.
A cada tragada que passava te sentia mais distânte.
Não te fiz entender nada, nem ouvir nada.
Mas por algum motivo você respeitou o meu momento. Por raiva ou distração... você simplesmente não falou nada.
Congelo essa cena no meu refugio, nas minhas gavetas entreabertas e bagunçadas.
Não vejo lugar melhor pra consevar o amor que sinto por você.

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